
Em meados do século XIX ocorre a regulamentação da propriedade das terras no Brasil(a chamada Lei 601 ou Lei de Terras, de 1850), declara-se logo a seguir que os índios que estivesse há muito tempo em contato com os civilizados, perdiam o direito às terras que habitavam.
Isso vinha da idéia de que, após um longo período de mestiçagem( mistura racial) e aculturação (mudança de culturas em contato), os índios se tornavam iguais aos nacionais e assim deixavam de ser índios.
Na década de cinquenta, sob o argumento de que os habitantes das aldeias eram misturados e mestiços, as autoridades passam a negar a existência de índios em Sergipe. Isso resultou na transformação das propriedades coletivas, dos índios, em propriedades particulares dos que podiam comprá-las ou delas se apropriar por outros meios.
No final do século os registros oficiais já não fazem referência a índios, em Sergipe. Índios são apresentados como seres do passado, ou seja, extintos. E passam a identificar os habitantes das aldeias como caboclos.
Então a mestiçagem, tão incentivada desde o século XVIII como parte da política de integração dos índios, transforma-se no artifício utilizado pelos brancos para descaracterizar os habitantes das aldeias como índios, servindo de pretexto para o roubo das terras indígenas.
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