quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Processo de Colonização: Entre a Morte Física e Espiritual.

O espaço geográfico que hoje constitui o estado de Sergipe foi ocupado por diferentes povos indígenas, dentre eles destacavam-se os tupinambás, por serem os mais numerosos com isso espalhando-se por todo o território. Eles habitavam o litoral brasileiro na época da conquista, de Sergipe, e o fato de terem entrado em contato com os colonizadores contribuiu para a grande diversidade de fontes, hoje possuídas, que descrevem sobre o seu modo de vida.
A presença do pau-brasil despertou o interesse de comerciantes franceses que passaram a traficar essa madeira diretamente com os índios, desde o século XVI fizeram aliança com os Tupinambá locais, estes derrubava a madeira, cortava, transportava nos ombros para a costa. Esse contato era regido pelo escambo, troca da mão-de-obra indígena por objetos sem valor. Nessa fase não houve uma desorganização da vida dos índios já que eles conseguiam manter em funcionamento suas ‘atividades’, porém com a colonização empreendida pelos portugueses, as diversas tradições culturais sofreram profundas modificações e a maioria destas se extinguiu no confronto, principalmente, de jesuítas e colonos. Já que os jesuítas queriam catequizar esses povos e os colonos queriam escravos.
O processo de conquista já vinha acontecendo, demonstrado, por exemplo, na intensificação das guerras intertribais por interferência dos colonos, apresamento de escravos nas aldeias, doações de terras aos colonos e presença de criadores de gado nas margens esquerda do Rio Real, alem de missionários jesuítas que procuravam aldeias indígenas para pregar e fundar igrejas.
É importante ressaltar que a legislação da época proibia que os índios catequizados (“índios de consciência”) fossem vendidos como escravos, isso resultou numa procura dos índios pela aproximação dos missionários. Embora essas leis fossem desrespeitadas, constantemente, a presença dos missionários inibia a ação dos colonos.
Esse processo atinge um dos momentos cruciais em 1590 quando a expedição, sob o comando de Cristovão de Barros, vem da Bahia, com o objetivo de combater os índios e submetê-los ao domínio colonial.
A coroa portuguesa autorizou essa “guerra justa” porque a capitania de Sergipe tornou-se estratégica devido a localização entre as capitanias de Pernambuco e da Bahia, ou seja, tornou-se uma zona de passagem entre as duas capitanias mais prósperas do nordeste. Também se pode levar em conta que os franceses possivelmente ‘armavam’ uma invasão à Bahia.
Logo após a conquista do território e destruição dos aldeamentos indígenas, foram distribuídas sesmarias visando à ocupação do território. As primeiras sesmarias se dedicavam a criação de gado, animais de carga e alguns engenhos de pequeno porte.
Então se pode afirmar que dois processos se desenvolveram paralelos à conquista e à colonização: o genocídio, massacre de populações nativas e o etnocídio, destruição sistemática de culturas. Por fim esses dois processos conduzem à morte dos índios, já que um assassina os povos em seu corpo, enquanto o outro os mata em seu espírito.


A figura acima foi retirada do seguinte endereço: http://confrontos.no.sapo.pt/indios.gif e representa como os índios aprisionava os colonizadores.

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